Sessões Flexíveis ABA: Justiça para Crianças Autistas

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Índice

Introdução

Sessões flexíveis de terapia ABA emergem como um direito crucial para crianças autistas, desafiando a rigidez e as limitações frequentemente impostas pelos planos de saúde. Essas terapias especializadas são vitais para o desenvolvimento de habilidades sociais, cognitivas e de comunicação, fundamentais no acompanhamento do autismo. Contudo, enfrentamos uma barreira significativa: a inflexibilidade no agendamento e na quantidade de sessões disponibilizadas por parte das operadoras, além da negligência dos planos quanto ao seguimento dos laudos médicos. Este texto busca explorar o suporte legal disponível às famílias na busca por um tratamento equitativo e adaptado às necessidades de suas crianças.

A Importância do Tratamento ABA

O tratamento ABA é baseado em evidências e tem sido amplamente reconhecido por sua eficácia na terapia de indivíduos com autismo. A distinção do procedimento, que inclui a uma frequência flexível quanto ao número de sessões, é crucial para o progresso da criança. No entanto, muitos planos de saúde estabelecem limites arbitrários que não correspondem às necessidades individuais dos dos que se beneficiam por sessões flexíveis.

Desafio dos Limites de Sessões e da Flexibilidade de Horários

Famílias por todo o Brasil enfrentam uma luta constante quando se trata de assegurar um tratamento adequado para suas crianças com autismo, com destaque para o acesso ao tratamento ABA (Análise do Comportamento Aplicada). Os planos de saúde, com suas políticas rígidas, impõem limitações severas no número de sessões permitidas, muitas vezes não considerando completamente as recomendações feitas por profissionais de saúde dedicados a acompanhar o progresso das crianças. Essas limitações são baseadas em critérios genéricos e sem serem atuais, que não levam em conta o lado individual e as necessidades específicas de cada criança autista.

Além da questão do número de sessões flexíveis, a inflexibilidade dos horários oferecidos para as terapias se torna outro obstáculo significativo. Muitas famílias se veem em uma verdadeira corrida contra o tempo, tentando encaixar as sessões de tratamento ABA na agenda diária já repleta de outras obrigações, sejam elas relativas a educação ou profissionais e familiares. Essa rigidez horária não apenas dificulta a logística familiar, mas também pode prejudicar a eficácia do tratamento, uma vez que a regularidade e a adaptação do horário às necessidades da criança são fundamentais para o sucesso terapêutico.

A Obediência ao Laudo Médico Quanto a Sessões Flexíveis

Os laudos médicos são documentos fundamentais que atestam a necessidade de tratamentos específicos, incluindo o número de sessões e a constância recomendada para o tratamento ABA. No entanto, há uma preocupante tendência dos planos de saúde em negligenciar ou questionar essas recomendações médicas, negando o direito a sessões flexíveis e colocando em risco o bem-estar e o desenvolvimento das crianças autistas.

Fundamentações Jurídicas em Defesa dos Direitos das Crianças Autistas

  • Lei Federal nº 12.764/2012 (Lei Berenice Piana): Esta lei estabelece a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, garantindo o acesso a serviços de saúde, incluindo terapias necessárias como o ABA, sem limitações discriminatórias, com especial destaque ao art. 3º, b, que dá à pessoa com autismo o direito ao atendimento multiprofissional.
  • Constituição Federal: A Constituição garante, em seu art. 196, o direito à saúde como um direito fundamental, obrigando o Estado a fornecer condições indispensáveis ao seu pleno exercício. Isso inclui a obrigatoriedade dos planos de saúde em oferecer cobertura para tratamentos essenciais para o desenvolvimento das crianças com autismo.
  • Súmulas e Resoluções da ANS: A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) possui súmulas e resoluções que regulamentam a obrigatoriedade dos planos de saúde em cobrir tratamentos como o ABA, respeitando as indicações médicas sem imposição de limites abusivos, bem como sessões flexíveis.

Conclusão

A batalha por tratamentos justos e sessões flexíveis para pessoas autistas é uma questão de direitos humanos e dignidade. As famílias, armadas com o conhecimento das leis e resoluções pertinentes, têm o poder de exigir dos planos de saúde a observância dos laudos médicos e a adequação das terapias às necessidades individuais de cada criança. É fundamental que os defensores dos direitos das crianças autistas continuem a lutar por políticas mais inclusivas e justas, garantindo que todas elas tenham a chance de alcançar seu potencial máximo.

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